Zoo inicia adequações em recintos
Aves ganharão novos ninhos e as cercas que separam público de animais serão recuadas para maior proteção
Carla Borges
Antes mesmo da assinatura do termo de ajustamento de conduta (TAC) com o Ministério Público Federal (MPF), a direção do Zoológico de Goiânia iniciará amanhã a adequação de recintos para reduzir o estresse dos animais. As obras, que têm custo reduzido e serão executadas pelos próprios servidores do parque, começarão pela ala das aves, mais exatamente nos ninhos, que serão trocados. Em vez de ficar totalmente dentro dos recintos, eles terão os fundos voltados para o corredor de segurança, o que facilitará a higienização e o manejo de filhotes sem estressar a mãe.
As aves estão em seu período reprodutivo e os mais novos moradores do parque são dois filhotes de jandaia, que nasceram há 15 dias e ainda não estão completamente emplumados. Outra adequação que a direção do zoo executará é o recuo das grades que separam o público visitante dos animais, principalmente dos grandes mamíferos. A segurança será complementada com a instalação de uma cerca viva.
Em dez recintos será necessário construir espaços específicos para recambiamento, onde os animais ficam fechados enquanto os tratadores entram nas jaulas para limpeza e outros procedimentos. Atualmente vivem em recintos sem recambiamento pequenos felinos, como gatos-do-mato. “Também criaremos novos pontos de fuga, onde os animais possam se esconder se não quiserem ser vistos”, adianta o diretor do Zoológico, Raphael Cupertino. Alguns tipos de plantas e tocos de árvores proporcionam o efeito de ponto de fuga e já existem em algumas jaulas do zoo. “Isso é o que é possível fazer nesse espaço”.
Vasectomia
Todas as sugestões fazem parte dos relatórios enviados pela direção do zoo ao MPF e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que fechou o parque no dia 20 de julho, depois de dezenas de mortes de animais. Este ano, foram registradas 73 mortes – as últimas foram de dois filhotes de cascavel e um de jabuti – e nasceram 42 bichos, dos quais 21 mamíferos, 16 répteis e 5 aves.
Uma medida cobrada pelo Ibama que a direção do zoo também colocará em prática é a realização de cirurgias de vasectomia em machos de espécies que estão com superpopulação. É o caso dos mouflons. Atualmente vivem 30 animais em uma área de
Reabertura
Não há previsão de reabertura do zoológico. A direção do parque e o Ibama aguardam as medidas que serão propostas pelo MPF. O procurador da República Adrian Ziemba informou ontem que não há previsão de assinatura do documento. “Subsidiamos o procurador com informações. Agora, estamos todos aguardando”, disse ontem o superintendente do Ibama em Goiás, Ary Soares dos Santos.
O superintendente não tem previsão de reabertura do parque e acredita que muitas das intervenções propostas deverão ser feitas sem a presença do público, como obras de ampliação ou mudança de jaulas. “Estamos atentos principalmente à segurança, tanto dos bichos quanto dos funcionários e do público visitante”, justifica Santos.
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Lembrando que o posicionamento da Bicho Amigo é pelo fim do Zoológico de Goiânia, a começar pela troca da administração, para que os animais possam ser transferidos para instituições que tenham infra-estrutura capaz de recebê-los decentemente, ao invés de medidas paliativas, como a esterilização.